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SBU orienta pais a não punir crianças que fazem xixi na cama

Atualizado: 31 de mai. de 2022

No Dia Mundial da Enurese, celebrado este ano no dia 31 de maio, Sociedade Brasileira de Urologia aborda tema que afeta 15% das crianças até cinco anos e pode ter piorado durante a pandemia


Fazer xixi na cama é uma condição conhecida como enurese noturna e afeta cerca de 15% das crianças até os cinco anos. Aproveitando o Dia Mundial da Enurese (“World Bedwetting Day”), a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) orienta pais e cuidadores sobre o tratamento adequado para as crianças que ainda deixam escapar urina durante a noite. A entidade promoverá em suas redes sociais ações voltadas ao esclarecimento de famílias sobre esse problema.


Uma das causas mais conhecidas da enurese noturna é a hereditariedade: se um dos pais teve o problema, a probabilidade de a criança apresentar a condição é de 40%; se forem os dois, o risco sobe para 77%. Outros fatores de risco são metabólicos e alimentares.


Muitos pais se preocupam com os escapes de urina de seus filhos, porém, até os cinco anos de idade, fazer xixi na cama pode ser considerado algo natural dessa fase. “Se não houver associação com infecção urinária, os pais devem entender que se trata de um processo de amadurecimento neurológico que pode variar de criança a criança, umas ficando secas mais rapidamente que outras”, explica o diretor do Departamento de Uropediatria da SBU, Dr. Francisco Dénes.


Ele alerta que a punição por ter molhado a cama é um método ineficaz e que pode agravar ainda mais a situação. “É evidente que as crianças enuréticas não são responsáveis pela sua situação, razão pela qual não podem nem devem ser punidas pelas noites molhadas. Por outro lado, o reforço positivo pelas noites secas poderá ajudar no processo”, explica.


Se a criança tem mais de cinco anos e apresentar perdas persistentes de urina durante o dia, as famílias devem encaminhá-la ao uropediatra para averiguar a possível associação com outras doenças do aparelho urinário, o alerta também vale se houver alterações importantes do hábito intestinal, seja por perdas de fezes, seja por prisão de ventre, pois isso pode ser um fator de risco para a enurese noturna que precisa igualmente ser avaliado e corrigido.


A pandemia também é fator de risco para a enurese?

Uma revisão publicada na revista da Sociedade Brasileira de Pediatria* demonstrou que as crianças foram afetadas direta ou indiretamente pela pandemia. Foram observadas modificações de humor, sintomas de estresse pós-traumático, depressão ou ansiedade, destacando-se ainda as crianças em luto pelos familiares.

Para o Dr. Francisco Dénes, embora não existam ainda dados na literatura que indiquem essa correlação com a enurese noturna, os pais devem estar atentos para esse sinal nos filhos. “Com certeza, a pandemia de Covid-19 aumentou significativamente o nível de estresse em muitas famílias, com consequente repercussão direta ou indireta no nível de ansiedade de algumas crianças mais sensíveis”, pondera.


Dicas para os pais

– Nunca brigue com seu filho após um episódio; – Trabalhe a autoestima das crianças através de ações afirmativas (se a criança acordou e a cama está seca, ela deve ser elogiada e acarinhada); – Incentive a micção de três em três horas, mesmo sem sentir necessidade; – Diminua a ingestão de líquidos após as 18 horas; – Evite dar alimentos com cafeína e chocolate; – Estimule o hábito de urinar antes de ir para a cama; – Evite refeições pesadas à noite.


Ações da SBU

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